A Igreja se Institucionaliza
(Atos 11.1-18; 15.1-35)

“Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a
eles, como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e

eles, purificando-lhes pela fé o coração.”

(Atos 15.8,9)

No emocionante relato de Pedro, em Atos 11.1-18, há registro da conversão do centurião
romano Cornélio. Um gentio que aceitou a palavra da salvação.
Diante das críticas, de que não deveria se misturar com os gentios, Pedro se explica.
Informa a todos que, em miraculosa visão, Deus ordenou que ele não deveria classificar
como impuro o que Deus purificou. Na sequência, Pedro compartilha como o Espírito Santo
alcançou toda a casa de Cornélio, semelhante ao que ocorreu com os judeus no grande dia
de Pentecostes (At 2). Não há mais sentido para alimentar uma suposta barreira entre os
judeus e gentios, diante da promessa de salvação, com bênçãos para todas as nações da
terra. Frente ao relato de Pedro é possível testificar o fato que a graça de Deus se mostra
salvadora a todos.
Por volta do ano 50 da era cristã, ocorreu uma importante reunião na igreja em Jerusalém,
denominado “O Concílio de Jerusalém” (At 15.1-35). A grande questão discutida no Concílio
de Jerusalém era a seguinte: os cristãos não judeus, para serem salvos, deveriam seguir as
práticas religiosas e costumes dos judeus, presentes na Lei de Moisés, com especial
destaque para observarem a circuncisão? Paulo e Barnabé seguiram da região de Antioquia
para Jerusalém, com o propósito de defenderem a universalidade da missão da igreja e,
assim, sustentarem que os cristãos não judeus não estariam obrigados a se circuncidar
para serem salvos.
O Concílio de Jerusalém, conduzido pela mão poderosa de Deus, representa especial
exemplo da maneira pela qual a igreja deve se organizar diante de questões doutrinárias,
levando em conta as Escrituras como regra de fé e prática, sob a orientação do E.S.
No Concílio, destacou-se a atuação de Pedro, Paulo, Barnabé e Tiago que atuaram em
defesa da universalidade da mensagem da salvação e esperança aos cativos. No Concílio
de Jerusalém, o evangelho é reconhecido como acessível a todas as criaturas.
Por meio dos eventos bíblicos no contexto das primeiras décadas da igreja, não há como
desconsiderar o esforço missionário do apóstolo Paulo em fundar igrejas em diversas
regiões, em suas viagens pelas dimensões do império romano.
O apóstolo Paulo, em seu ministério, ocupou-se em proclamar o evangelho, de modo
incansável. Nessa atividade, enfrentou muitas lutas e desafios de ordem teológica e prática
(Gl 2.16), com destaque para a natureza do evangelho da graça, bem como apontamentos a respeito da atuação do crente na esfera prática das boas obras, com alcance inicial aos domésticos da fé (Gl 6.10).
Esse caráter universal do evangelho já esteve presente no ministério do nosso Senhor
Jesus Cristo, quando Ele estabeleceu interações salvíficas com não judeus.
Quanto a universalidade do evangelho, para alcance de todos os seres humanos, convém
destacar o encontro de Jesus com a mulher samaritana em diálogo salvífico, para além dos
que eram considerados judeus exclusivos (Jo 4.1-42) e o contato de Jesus com o centurião
romano em Cafarnaum (Mt 8.5-13).
As passagens bíblicas acima demonstram o quanto a graça de Deus, no ministério de Jesus
de Nazaré, se mostrou salvadora não somente aos judeus, mas abriu espaço para outros
povos. No A.T, por exemplo, é significativa a orientação de Deus no ministério do profeta
Jonas, direcionando-o para pregar em Nínive, sendo que, após contrição e jejum, a graciosa
e salvífica mão do Senhor alcançou os ninivitas.
Conclusão: Fortalece-se a orientação de que a salvação é pela graça e não pelas obras da
lei. Com isso, evidencia-se que a salvação é para todas as tribos, raças e nações.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

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