A Paz que vem do Senhor

(Isaías 9;57; João 14; Romanos 14)

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”

(Isaías 9.6)

A busca pela paz é um dos maiores anseios para um povo que vivia em conflitos e que, recentemente, ainda sofria com os resultados de uma das experiências mais dolorosas de sua história: a deportação para o cativeiro babilônico. Os constantes conflitos com povos vizinhos, sobretudo com os assírios e os caldeus (babilônicos), provocaram marcas que os acompanhou por muito tempo, trazendo memórias de dor e de um tempo a ser esquecido. É nesse cenário que o profeta Isaias apresenta a perspectiva messiânica que tem como uma de suas características a presença marcante da paz. A profecia já conhecida e proclamada pelo profeta é que haveria de nascer o resgatador de Israel (Is. 9.6). Entre tantos atributos este salvador tinha a missão de ser um pacificador, pois esse era um dos grandes anseios de um povo marcado pelas guerras.

O momento é de recomeço, o povo judeu tinha a possibilidade de retornar a Jerusalém para buscar um período que pudesse retomar os cultos e práticas que aproximavam o povo de Deus, mas esse novo período necessitava ser acompanhado pela paz (Is 57. 1,2), um tempo em que os anciãos voltassem a sonhar e os jovens tivessem a visão de um mundo melhor. A jornada não seria fácil, aliás como nunca foi no passado e continua não sendo no presente, mas mesmo reconhecendo a realidade insistente das lutas e adversidades, o Senhor sempre revigorou o ânimo do seu povo (Is 57.10).

É importante perceber que a paz é uma realidade em construção e sempre inacabada na caminhada do povo de Deus, mas, que passa por uma atitude em relação à vida e, principalmente, em relação com o Senhor. O caminho da paz tem início com uma vida de compromisso com Deus e que passa, necessariamente, por uma experiência de transformação de vida (Is 57.14). As experiências de guerra, sofrimento e perdas do povo tiveram sua origem, geralmente, pela conduta de rebeldia de suas próprias ações em relação a vontade de Deus.

Em nossa experiência com Deus precisamos retirar tudo que atrapalha o nosso caminho em busca de um relacionamento mais íntimo com Ele, abandonando velhos hábitos e procurando viver em novidade de vida, o que nos levará a uma eterna comunhão com Deus, como apresentava o profeta Isaías em seus dias (Is 57.15). É somente com o Senhor que poderemos viver a verdadeira experiência da paz que tem no perdão a sua fonte inesgotável. Sem perdão não há paz. No perdão encontramos refrigério e descanso para a nossa alma.

Após 70 anos de cativeiro e viver as piores experiências da vida, o povo de Israel tinha no perdão de Deus a oportunidade de uma nova chance, de um novo recomeço marcado pela paz que só foi possível pela presença misericordiosa do Senhor. O Senhor quer que vivamos conscientes das nossas lutas, nas não presos a elas, pois o nosso Pai eterno tem conduzido o seu povo, estando no controle de suas vidas. À semelhança do que ocorreu com o povo judeu no cativeiro, o Senhor não está alheio às nossas lutas, dores e perdas.

É maravilhoso perceber que a paz anunciada pelo profeta Isaías é encarnada na pessoa de Jesus como sendo a concretização da esperança messiânica do povo de Deus que aguardava ansiosamente por paz. A paz inaugurada pela vida do nosso Senhor não depende de circunstâncias ou até mesmo de ausência de conflitos e guerras, mas está firmada numa íntima e constante comunhão com Ele. Jesus amplia a ideia de paz e a coloca em um nível que independe de um contexto em que geralmente ela é percebida, ou seja, a ausência de conflitos. A paz que nos promete “ultrapassa todo entendimento” (Fp 4.7).

É somente quando a presença de Jesus é uma realidade em nossa vida que temos condições de viver uma experiência de paz perene e não circunstancial, marcada pela convicção de que Ele nunca nos abandonará (Mt 28.20); é a paz dos que vivem na esperança do Reino de Deus.

A paz que vem do Senhor deve ser refletida em nosso agir para com nossos semelhantes. A paz que vem do Senhor, e que tanto ansiamos, precisa começar em cada um de nós. Você é um agente da paz?

Catarina Damasceno – Equipe de Resumos.

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