A Prática da Adoração
(Deuteronômio 1-13)

“De lá, buscarás ao Senhor, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu

coração e de toda a tua alma.”
(Deuteronômio 4.29)

O livro de Deuteronômio começa com uma revisão da história dos 40 anos de peregrinação
dessa comunidade de adoradores de Israel rumo à terra prometida. O objetivo seria trazer à
memória do povo as experiências do passado, de modo que essa nova geração pudesse
acautelar-se e não se desviar de fazer a vontade de Deus. A revisão da história visava
advertir o povo de que o Deus, com o qual tinham aliança, não conhecia outro igual a Ele
(4.32-35), que era Deus único e Senhor soberano dos céus. Embora seja um Deus que se
lembrava sempre de sua aliança com Israel, Ele é Deus zeloso, um fogo que consome, e
não toleraria a desobediência à sua lei (4.39,40;5.1). Em nota melancólica, Moisés declara
haver rogado a Deus que lhe desse um “indulto” e permitisse sua entrada na terra, mas
Deus apenas lhe concedeu ver, ao longe, desde o Monte Pisga, a terra onde o povo
habitaria. Não há argumentos do homem que possam mudar a pena pelo pecado. Nem
mesmo a impressionante obra de Moisés na liderança de Israel foi suficiente. Obras não
salvam (Ef 2.8-10; 1Jo 1.9). Por outro lado, a oração não atendida de Moisés nos ajuda a
compreender que devemos crer no cumprimento das promessas de Deus, ainda que não a
experimentemos fisicamente. A promessa de Deus não havia sido dada a Moisés, como
indivíduo, herança na Canaã; a promessa era à descendência de Abraão (Gn 13.14-18).
Agora, Moisés podia ver a promessa cumprindo-se e isso devia bastar-lhe. Deus tinha, para
ele, planos ainda mais excelentes. O desejo maior de Moisés (Êx 33.18) se cumpriria. Ele
veria a glória de Deus, face a face, para sempre (34. 5-7).
Moisés faz uma recapitulação sumariada da viagem e passa a explicar os objetivos que se
propunha tal legislação (5.33). O adorador não vive pela adoração em si. A vida está na
obediência a Deus e, nessa obediência, Israel encontraria vida, prosperidade e paz (6.1-3).
Moisés sabia que Canaã era o lugar que Deus havia preparado para os seus eleitos, para
ali o adorarem em santidade e amor. Mas sabia também do risco de contaminação moral e
espiritual que correria se tão-somente lhe fosse permitido conviver com o paganismo e a
imoralidade dos habitantes da região. Em guardar fidelidade ao Senhor, a comunidade de
adoradores encontra vida abundante (4.15-19, 23; 7.1-7; 8.1-18).
Canaã havia sido separada por herança à descendência de Abraão há mais de 500 anos.
Falhas na conduta e na fé levaram Abraão e sua descendência depois dele a peregrinar e,
posteriormente, fixar residência no Egito por longos 400 anos (Gn 15.13; Ex 12.41).

Agora, havendo o Senhor conduzido a descendência de Abraão de volta a Canaã, os
hebreus não deveriam fazer alianças com os povos cananeus, porque tais alianças
implicaria adotar também as suas práticas, inclusive, religiosas. A terra deveria ser
desocupada. Para preservar seu povo da corrupção, Deus mesmo limparia a terra (9.3-5).
Deus esperava de Israel exclusividade no culto, por isso queria dar-lhe exclusividade na
posse da terra. Deus havia reservado lugar para habitação e um lugar para que o povo o
adorasse, um lugar central para o culto e uma liturgia previamente determinada pelo próprio
Deus seria importante para manter a unidade do povo. Deus prevê alegria para os seus
adoradores (12.7,12,18; 14.26).
Que diferença da situação antiga, sob a servidão no Egito! Quando estamos na comunhão
com o Senhor, encontramos a mais completa alegria. Não há lugar para a tristeza diante do
trono. Se houver algum pesar turvando o nosso gozo, a confissão de pecados e a certeza
do perdão restauram a alegria. Peçamos a Deus revestimento do Espírito, plenitude Dele
em nós para que possamos, com alegria, sujeitar-nos a Ele e fazer a sua vontade.

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