O Manifesto de Nazaré

(Lucas 5 & 6)

 

“Todos ficaram atônitos, davam glória a Deus e, possuídos de temor, diziam:                      Hoje, vimos prodígios.” (Lucas 5:26)

 

Para início de conversa. Na cidade de Nazaré, encontramos Jesus assumindo para si uma imagem que é muito cara à tradição de Israel desde o Antigo Testamento: a de que Deus estaria se tornando Rei a partir do testemunho de Jesus. O Evangelho não trata de bons conselhos, mas sim, de um mandato de um Rei. Por isso, em Lucas 4:14-30, Jesus, no “poder do Espírito”, abre e lê o texto sagrado, e ao passo que houve unanimidade no testemunho de Jesus, houve também uma unanimidade na rejeição ao conteúdo da missão de Jesus.

Falando sobre o Manifesto em si. O Manifesto refere-se à aceitação de Jesus, e sua posterior rejeição pelos mesmos em Nazaré. O texto de Lucas 4:18,19 é uma transcrição na íntegra de Isaías 61:1-3, e pode ser dividido em duas partes: “Jesus foi ungido” e “Jesus foi enviado”. Como ungido, ele carrega esse conceito do seu chamado para ser “Filho de Deus”, o “Messias” (que em hebraico significa “Ungido”). Logo, Jesus cita aqui o texto de Isaías para mostrar que ele é o Messias como o que recebe o Espírito, por meio de quem ele é concebido e que lhe é concedido em seu batismo. Dali em diante, ele seria o “Cristo” (que em grego significa “Ungido”). Como enviado, ele foi comissionado pelo Pai para ser o “apóstolo da esperança”, esse é o sentido do verbo “enviar”. Sua citação de Isaías carrega outra conexão importante: o Livro de Isaías também é chamado de “O Evangelho do Antigo Testamento”. Jesus é o Salvador enviado aos homens, como o anjo anunciou a José em Mateus 1:21: “Ele dará à luz um filho, a quem darás o nome de Jesus; porque ele salvará seu povo dos seus pecados”.

Jesus está formando o “Novo Israel”. Temos de destacar os grupos a que Jesus se refere em seu “Manifesto de Nazaré”, a saber: “pobres, presos, cegos, oprimidos”. 1)Jesus anunciou que Deus enviaria o seu “Espírito” para, de certo modo, soar com uma palavra divina depois de anos de silêncio profético (400 anos entre o profeta Malaquias e a vinda de Jesus). 2)Esse estabelecimento do reino de Deus marcaria uma inversão na pirâmide de poder e influência na sociedade humana. Uma vez que a “escória da sociedade” estaria no centro do coração de Jesus. O “ano aceitável do Senhor” seria o tempo em que todos esses proscritos da sociedade não seriam esmigalhados pela meritocracia humana, pois seriam alvos da graça de Deus.

Para guardar no coração. A missão de Jesus tem a ver com os atos dele expostos por Lucas em seu Evangelho. Missão sem ação é emocionalismo. Ação sem missão é ativismo. Missão com ação é espiritualidade plena.

Para fim de conversa. John Piper tece essas considerações sobre o nosso desafio missionário: “Deus é apaixonadamente comprometido com a fama de seu nome e que ele seja adorado por todos os povos do mundo, e isso não é egomania, é amor. As missões, o alcance global, estão se unindo a Deus em sua paixão de amar as nações, oferecendo-se a elas para alegria transbordante do seu louvor. As pessoas precisam conhecer sobre Jesus, porque não há salvação nem adoração onde o evangelho do Filho de Deus crucificado e ressurreto não é ouvido e crido.

Marcia Pinheiro – Equipe de Estudos e Resumos

 

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