LUZ, CÂMERA, AÇÃO
(Lucas 9,10)

“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua

cruz e siga-me”
(Lucas 9.23)

Fará parte do Reino, um grupo de pessoas que possuam uma fé que lhes façam depender
de Jesus para a subsistência. Daí a importância do relato da multiplicação dos pães e
peixes nesse contexto.
Aqui, Jesus percebe uma necessidade: a fome daquela multidão, e faz questão de intervir
operando o seu poder criador e criativo. A expressão “[…] todos comeram e ficaram
satisfeitos”, fala de uma “satisfação” que pode ser comparada com o “descanso” de Deus ao
fim dos dias da criação. O texto original em Lucas dá a ideia de “saciedade”. Logo o Reino
de Deus é para os que se saciam plenamente em Jesus. E, ao fim da multiplicação dos
pães, fica um recado: vai sobrar alimento. A igreja de Jesus até hoje saboreia desses frutos,
pois nossa saciedade encontra-se em Jesus, o pão da vida.
O chamado de Jesus é sempre em um contexto de chamado a uma atitude (Lc 9.23). Ser
um discípulo não é ser um admirador de Cristo, mas um seguidor. Um discípulo segue as
pegadas de Cristo. Assim como Cristo escolheu o caminho da cruz, o discípulo precisa
seguir Cristo não para o sucesso, mas para o Calvário. Não há coroa sem cruz, nem céu
sem renúncia. A missão de Jesus não é para entusiastas ou aventureiros de plantão, é para
aqueles que são discípulos a qualquer preço, é para os que seguem sabendo que perderão
tudo para, ao mesmo tempo, ganharem o que de fato importa.
Jesus nos ensina em Lc 10.17-20, que a nossa alegria não deve estar baseada em nossas
realizações, mas, sim, naquilo que foi realizado. Muitos crentes, orgulhando-se do seu
serviço, projetam seus números pessoais para causar boa impressão em todos ao seu
redor, mas Jesus nos chama mais uma vez para a "intimidade do quarto”, aquele lugar em
que somente o Pai tem acesso. O Pai que nos vê em secreto, em secreto nos
recompensará (Mt 6.6). Precisamos de menos marqueteiros de si mesmos e mais homens e
mulheres que conheçam a Deus na intimidade. Com Marta, aprendemos o imperativo do
esforço, mas com Maria aprendemos o intuito da conversa (Lc 10.38-42). O discípulo
saciado plenamente por Jesus está sempre disponível para conversar com Ele.
Receber Jesus sempre implicará receber de Jesus. Se isso não ocorrer, a relação com Ele
pode até ser formal e mecânica, mas jamais será vital e orgânica.
Diante das complexidades da vida, em que somos provados o tempo todo acerca de qual
reino seremos leais, a nossa missão em Jesus continua sendo a de anunciar o seu

evangelho a todas as pessoas. Se perdermos o foco do nosso compromisso com o
Evangelho de Jesus, nos tornaremos reféns de outros “evangelhos” e de outros “messias”.
O que caracteriza a ação de Jesus em nós e por nós é o testemunho da nossa comunhão
desinteressada com Jesus que desemboca em uma humildade própria de quem se sacia no
provedor (Jesus) e não em suas provisões.

Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

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