Denúncias e o Anúncio do Castigo Divino

(Jeremias 11-20)

“Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? – diz o Senhor; eis que,
como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel”

(Jeremias 18.6)

As denúncias feitas pelo profeta Jeremias foram pesadas e duras para com Israel: eles não
apenas “repetiram os pecados dos seus pais” (11.10), mas foram além e fizeram “pior do
que vossos pais” (16.12). A maldade que começou com os ancestrais só havia crescido e
tomado proporções abomináveis (13.27).
Todo o pecado nacional tinha por princípio a quebra do pacto estabelecido (11.10),
provocando a ira do Senhor ao queimarem incenso a numerosos deuses estranhos (11.13).
Os líderes nacionais nada entendiam (14.18), pois se baseavam em profecias mentirosas
por não terem sido enviadas por Deus (v.14). Assim, contrastava a maldição da confiança
na força humana com a esperança e bênção da confiança no Senhor (17.5-8).
Por causa desse pecado e da recusa de ouvir a voz do Senhor, Ele mesmo sentenciou
(11.22). O quadro dos castigos divinos era terrível: vários mortos por doenças e pela
espada e estes sem uma sepultura digna, mas servindo de esterco e alimento para as feras
(16.4).
Nesse anúncio de castigo, até o rei precisaria se alertar e se humilhar (13.18) e Judá seria
levado ao cativeiro (13.19). Embora seja certo que o Senhor tudo conhece e que a maldade
de Israel seria retribuída em dobro (16.17,18), nada disso seria apenas por vingança fria e
vazia; tinha um objetivo superior: “Portanto, eu lhes farei conhecer o meu poder e a minha
força; e saberão que o meu nome é Senhor” (16.21).
Em meio às palavras proféticas, Jeremias foi instado a dramatizar sua mensagem. O
primeiro drama foi “o cinto” (13.1-11); o segundo “a jarra” (13.12-14); o terceiro “a família”
(16.1,2); o quarto “o oleiro” (18.1-6); e o quinto drama “uma jarra quebrada” (19.1-11).
Jeremias sabia sobre a destruição que estaria vindo sobre Jerusalém. Foi ele mesmo quem
anunciou o castigo, porém, confiava na justiça divina. Por isso, decidiu apresentar
diretamente sua causa (12.1). Ele se colocou em favor da nação e clamou (18.19).
A situação era dura e o profeta reconhecia que de forma natural ela não seria revertida. Por
isso, confiava em Deus (14.9), e tinha a certeza que o Senhor permanecia como sendo a
esperança de Israel e que Ele o salvaria no dia da angústia (14.8), por isso o profeta
clamava. Como resposta a seu clamor, Deus mesmo garantiu que depois de tê-los
arrancado, voltaria a ter compaixão deles, devolvendo-os cada um à sua herança, cada um
à sua terra (12.15).

A missão do profeta é sempre anunciar com precisão as Palavras do Senhor, mas essa
tarefa também o faz desenvolver uma intimidade com o Senhor (14.22). É assim que a
confiança fica firmada na própria Palavra divina de que mesmo depois do castigo anunciado
e executado, o próprio Deus daria um novo sentido e começo à história, mudando, inclusive,
as referências. Essa era a promessa e a confiança (16.14,15).
Conclusão: Quando o povo se volta para a submissão e adoração a outros deuses as
consequências são trágicas. Mas, sempre deve permanecer a esperança de que o próprio
Deus manterá sua fiel Palavra e nos haverá de restaurar. Amém.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

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