O cativeiro e a sua causa
(Jeremias 21-30)

“Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o Senhor; eles serão o meu povo,
e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração.”

(Jeremias 24.7)

O centro da pregação profética era motivado por um alerta triplo: idolatria, imoralidade e
opressão social – causas da derrota e cativeiro. A mensagem profética continha uma base
primária “[…] Porque abandonaram a aliança do Senhor, seu Deus, adoraram e serviram a
outros deuses” (22.9). O próprio profeta Jeremias já vinha trazendo a Palavra do Senhor por
mais de duas décadas, mas o povo insistia em não dar ouvidos (25.3).
A vida idólatra do povo e de seus líderes os fazia desviar da aliança, e isso não ficaria
impune (23.20). Com adultérios e quebra de compromissos familiares, eles traziam a
maldição para suas vidas como o fizeram os habitantes de Sodoma e Gomorra. E ainda
havia a terrível opressão contra os mais vulneráveis entre a nação. Então, o destino estava
selado, cairiam sob o domínio da Babilônia, que os mataria (21.7) e seus palácios ficariam
desertos (22.5).
Havia ainda mais um sério agravante: pastores, sacerdotes e profetas desencaminhavam o
povo (23.11). No caso dos profetas, eles continuavam a relatar sonhos, visões e palavras
que não eram enviadas da parte do Senhor (23.21). Mas, se todos se diziam falar em nome
do Senhor, os de bem e os de mal, como saber quem estava com a verdade?
Foi, então, no embate com o falso profeta Hananias que ficou demonstrado o critério (27,
28). Assim estava apontado para o critério da coerência histórica da Palavra divina e para
seu efetivo cumprimento.
A sentença do cativeiro estava decretada e a sua causa bem demonstrada: a desobediência
(25.8,9). Como também a duração do castigo – 70 anos (25.11). Esse seria um tempo de
purgação, quanto ao povo deveria se impor uma condição de escolha: ou caminho da vida –
se submetendo ao castigo e à reparação; ou caminho de morte – a arrogância das próprias
escolhas (21.8,9).
Se a situação tinha sido provocada como castigo, a volta ao Senhor seria a única maneira
de reverter o mal que sobreveio à nação. Isso deveria implicar uma busca de coração
sincero, pois essa é a única forma de encontrar Deus e o seu favor (29. 13,14). Ali também
seria quando o Senhor haveria de separar em Judá os figos bons dos ruins, conforme a
visão profética. E, mesmo no exílio, aos bons Deus mostraria favor (24.5), e manteria viva a
memória de sua boa Palavra (29.10).

Mas, essa derrota e submissão ante os exércitos do norte não deveriam ser vistos como
uma ruína final de Jerusalém, pois o Senhor não esqueceu do povo (29.15). Foi para esse
povo levado em cativeiro que o Senhor instruiu o profeta Jeremias a escrever uma carta
dando-lhe instruções sobre como se comportar em terras estranhas. A carta foi enviada e
encontrou um povo desiludido, mas o Senhor ainda tinha controle dos seus planos para
Israel e Judá, e eram “[…] planos de prosperidade e não de mal, para dar um futuro e uma
esperança” (29.11). Embora Nabucodonosor estivesse à frente do poderio babilônico, a
deportação ainda representava o controle do Senhor na história (29.4), pois foi Ele mesmo
quem entregou “[..] todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei da Babilônia”, e a
quem chamou de “meu servo” (27.6). Por isso, em vez de desilusão, deveriam manter um
espírito de esperança. A derrota momentânea era o ajuste divino da situação para
demonstrar a justa medida de suas ações (30.11).
conclusão: Deus é justo e nunca permitirá que os desmandos do seu povo corram sem
consequências. Mas, nunca se deve duvidar que o Senhor continua no controle da sua vida
e dos acontecimentos e que jamais se esquece de suas boas palavras e nem abandona o
seu povo. Ele ainda continua falando e enviando suas cartas para os cativos em terra
estranha, desafiando-os a que mantenham o foco naquilo que é sua vontade.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

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