A Responsabilidade é Pessoal
(Ezequiel 11-20)

“Mas eu me lembrarei da aliança que fiz contigo nos dias da tua mocidade e estabelecerei

contigo uma aliança eterna.”
(Ezequiel 16.60)

No exercício do ministério profético, Ezequiel tinha consciência da história e do contexto do
povo. É sempre assim: um profeta enviado por Deus não ignora a realidade para a qual ele
foi chamado a pregar. O profeta partiu da citação da narrativa histórica para acusar
Jerusalém por seus atos abomináveis (16.2) e chamar Israel à responsabilidade. Ele fez
isso com acusações diretas (em segunda pessoa), usando a figura da menina abandonada
ao nascer. O Senhor, ao ver aquela menina em estado tão deplorável, decidiu cuidar dela,
lavando-a e ungindo com óleo (16.9). Porém, o mais importante foi que fez com ela um
juramento e uma aliança (v.8).
A menina, ao crescer, colocou sua confiança em sua própria beleza e fama (16.15) e
passou a usar de seu encanto prostituindo-se de forma abominável (v.25). O mínimo de
decência moral e espiritual que se esperaria de uma cidade e povo que foi tão bem cuidado
e protegido por Deus seria que se lembrasse ”[…] dos dias da tua juventude […]” (16.22).
Mas, não foi isso o que aconteceu. O que restou foi o lamento (v.23). Ou seja, o erro
sempre traz consequências. Também, mesmo ali Deus sempre se mostraria fiel, pois Ele
mesmo garantiu: “ Mas eu me lembrarei da minha aliança […]. Firmarei a minha aliança
contigo e saberás que eu sou o SENHOR (16.60,62).
É verdade que Deus trata cada um de acordo com o que ele mesmo fez (16.59), e até por
causa disso, o provérbio sobre uvas verdes de Israel não deveria ser mais citado (18.2,3).
Deveria ficar bem compreendido que, no relacionamento com Deus e seus mandamentos,
toda a responsabilidade é pessoal, logo “[…] o filho não levará a culpa do pai, nem o pai
levará a culpa do filho (18.20). A ênfase deveria ser observada na realidade não das obras
feitas ou evitadas, mas na afirmação divina: “Todas as vidas são minhas, tanto a do pai
como a do filho; e aquele que pecar é que morrerá” (v.4). Ou seja,como a responsabilidade
é pessoal, a culpa de erros e fracassos deve, igualmente, recair de modo pessoal. Para
exemplificar a extensão de tal responsabilidade pessoal, o Senhor se utilizou do exemplo de
três homens conhecidos da história bíblica: Noé, Daniel e Jó (14.14). Assim, o Senhor
indicava que mesmo numa situação hipotética em que esses três personagens clamassem,
“[…] eles não livrariam nem filho nem filha, tão somente livrariam a própria vida por sua
justiça” (14.20).

Uma situação específica, porém, deveria merecer cuidado diferenciado por parte de
Ezequiel (13.2). Enquanto a nação de Israel estava em pecado e se encaminhando para a
ruína, Deus levantou seus profetas para alertar do perigo e chamar a um novo
posicionamento (13.6). Contra os falsos profetas estava se levantando a ira do Senhor
(13.8,9), que determinou castigo igual (v.10), tanto para o profeta quanto para o povo, pois
ambos puseram a maldade diante de si (14.4).
Mas, Deus mesmo afirmou que não tem prazer algum na morte de ninguém. Por isso, o teor
e centro da profecia é um chamado ao arrependimento. A Palavra de Deus é direta à casa
de Israel (14.6). O que estava levando o povo ao cativeiro eram suas transgressões e por
terem abandonado a aliança com o Senhor. Mas, Deus estava atribuindo uma
responsabilidade de maneira individual a cada um do povo para que se posicionasse quanto
ao seu compromisso com o seu Deus (18.30).
Conclusão: Deus nunca abandonou o seu povo. Mas, as escolhas pessoais algumas vezes
afastaram esse povo do relacionamento e dos mandamentos do Senhor. Isso traz
consequências terríveis. Ao atribuir responsabilidade pessoal a cada homem e mulher,
Deus os chama ao arrependimento e conversão para que tenham vida.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

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