Deus é louvado por sua Justiça e Misericórdia

(Isaías 26;28-30)

 

“Naquele dia, se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte; Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes.”

(Isaías 26.1)

 

Desde os tempos de Abraão já se passaram longos 700 anos de história que nos revelam a forma maravilhosa de como Deus tem dirigido o seu povo por meio da justiça e misericórdia. Nos tempos mais longínquos encontramos as narrativas da promessa aos patriarcas, a libertação da servidão do Egito e a revelação junto ao Sinai. Essas três tradições são constitutivas para a compreensão do povo hebreu e uma demonstração de como o Senhor tem cuidado do seu povo ao longo da história. Muitos são os relatos bíblicos que demonstram a proteção de Deus em relação ao povo de Israel (Is 25.1).

O profetismo bíblico nos convida a glorificar o nome do Senhor e testemunhar das maravilhas que tem operado em nossa vida. O seu cuidado conosco é tamanho que não conseguimos mensurar; a sua providência diária nos anima diante dos desafios; o seu amor é inefável mesmo diante das nossas falhas e fraquezas (Is 25.9). A grandeza de Deus é exaltada desde as primeiras experiências do povo hebreu e foi sendo desenvolvida por meio da história daquele povo, sendo extensiva a todos os escolhidos (1Pe 2.9).

A grandeza de Deus está evidenciada nos credos históricos do Antigo Testamento (Dt 26.5-9; Dt 6.20-24; Js 24.2). Esta confissão histórica tem como contexto a oferta do dízimo (Dt 26.1-4) e contém três elementos básicos: o chamado dos patriarcas, o êxodo do Egito e a dádiva da terra de Canaã. Esses credos históricos recitam os grandes atos redentores de Deus, sendo mais tarde expandido para incluir a criação e a aliança de Deus com Davi. Os credos foram um dos principais meios que Israel teve para confessar sua fé, sendo expressos principalmente com os verbos de ação como salvar, libertar, julgar e abençoar.

As misericórdias do Senhor estão presentes textualmente em todo processo da revelação de Deus que conjugou a sua justiça com atos de misericórdia também nos dias do profeta Isaías, levando o juízo para o seu povo acompanhado de infindáveis demonstrações de misericórdia.

O profeta Isaías proferiu os oráculos de julgamento contra Jerusalém (Is 28.17). Esses oráculos demonstraram o caráter teleológico da profecia de Isaías, que apontaram para a destruição de Jerusalém e o consequente exílio babilônico como sendo uma das profecias mais difíceis da história de Israel. As misericórdias do Senhor estão demonstradas a partir da promessa messiânica. A mensagem é de recomeço, de que o exílio não é o fim, que o Deus de Israel promoverá o renovo.

Em nossa caminhada passamos por muitos momentos em que pensamos que não há mais alternativas ou possibilidades. Mas, são nesses momentos que precisamos confiar em Deus, crendo que ainda que passemos pelos nossos próprios exílios e desertos, o Senhor continua agindo em nosso favor e restaurará a nossa história, basta que inclinemos os nossos ouvidos e nos aproximemos Dele (Is 28.23).

É pelo processo de revelação que Deus tem realizado as suas maravilhas no meio do seu povo. Todas as aparições de Deus como também a sua revelação pelos profetas por meio de narrativas, ditos e visões nos ensinam que as maravilhas de Deus são perenes e continuam tendo como objetivo alcançar de forma salvífica o seu povo (Is 29.14).

É maravilhoso perceber a forma orquestrada que Deus tem cuidado de nós e de como sua vontade é soberana na história humana. Que o Senhor nos ajude a entender o seu agir em nossa vida e que possamos testemunhar das maravilhas do Senhor como manifestação do seu poder por meio da sua misericórdia (Is 30.18).

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