Proteção e Bênção de Deus a seu Povo

(Isaías 43-45)

“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.”  (Isaías 43:25)

Deus conhece cada um de nós pelo nome. O povo de Deus estava passando por um cenário de transição pela iminente queda do império babilônico e consequente ascensão dos persas (Is 43:14). A política internacional vivia dias de grande turbulência como é comum em contextos de mudança, mas o povo de Deus segue confiante na certeza que o Senhor o guia e protege em todos os momentos (Is 43:5). As incertezas estavam presentes na mente do povo judeu. Se por um lado havia a expectativa de serem libertos do cativeiro que vivenciavam há quase 70 anos, por outro lado não se tinha a certeza de que os persas trariam uma nova oportunidade para o povo. Diante desse contexto Deus renova a sua promessa baseada na certeza de ter o melhor para o seu povo (Is 43:1).

A soberania de Deus. Uma das raízes que levou o povo de Deus enfrentar grandes tragédias durante a sua trajetória foi a idolatria. A exigência da adoração exclusiva já era conhecida desde o decálogo (Ex 20:3,4a), mas sempre foi uma pedra de tropeço na experiência do povo. A tradição do profeta Isaías traz mais uma vez a lembrança de que Deus “não divide a sal glória com ninguém” e nem admite nenhum outro tipo de adoração além daquela que é direcionada a ele (Is 44:6). É a soberania de Deus que nos garante o socorro nas circunstâncias de adversidades da vida; ele é quem realiza com o seu poder o livramento sobre nós (Is 44:23).

O Senhor está no controle da história. Durante o período do cativeiro babilônico muitos questionavam a presença ordenadora de Deus no desenrolar dos acontecimentos catastróficos vividos pelo povo de Israel. Diante desse questionamento, o profeta Isaías fala da parte de Deus (Is 45:11,12). O rei Ciro é apresentado pelo escritor bíblico como pastor de Israel (Is 44:28) e ungido do Senhor (Is 45:1), figuras tipológicas do Cristo que viria quase 500 anos depois. O termo ungido em Israel era atribuído aos sacerdotes e aos reis (Ex 28:41; I Sm 9:16) e podem assumir dois sentidos: o de capacitação por Deus para uma obra especial e o de nomeação oficial para uma função específica. No caso do rei Ciro, o termo ungido faz referência ao seu papel de rei que governa Israel, não havendo uma relação com o Cristo de Deus que haveria de vir no período neotestamentário. Essa é uma questão que ainda nos dias atuais está presente nos círculos de debates teológicos em relação à compreensão do termo ungido atribuído ao rei Ciro.

Considerações finais. O rei Ciro não é o protagonista da salvação do povo de Deus e, sim, o próprio Senhor (Is 45:17). O rei persa é apenas instrumento nas mãos do Deus Todo-Poderoso que prepara o caminho para o verdadeiro Messias, o Cristo, o Salvador do mundo que viria estabelecer o seu reino, não com características políticas ou militares, mas um reino celestial, o reino de Deus.

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