Pr. João Soares da Fonseca

Áudio Pastoral

No princípio era o caos, diziam os gregos. O Gênesis afirma que “a terra era sem forma e vazia” (Gn 1.2). Era assim, até que Deus resolveu destruir o caos. E ele o fez através de Sua Palavra geradora de luz, ordem, vida e propósito.
Não é possível habitar no caos. Por isso, Deus criou os céus e a terra e pôs o homem para cuidar da terra. Esta é, aparentemente, uma estrutura simples de se entender. Pela operação da poderosa Palavra de Deus, o caos sai de fininho e dá lugar à ordem divina.
No Salmo 11, porém, essa ordem sofre uma crise grave, e a percepção que o salmista tem da realidade já não o deixa tão tranquilo. É quando ele pergunta: “Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?” (v. 3).
Os abalos recentes por que vem passando a sociedade brasileira nos trazem à memória a atualidade destas palavras. Vivemos os dias em que se abalam os fundamentos da política, por exemplo. O bem público parece deixar de ser a meta do servidor. No lugar disso, o interesse privado se sobrepõe, alimentando a máquina da corrupção.
Assistimos, por outro lado, à destruição dos fundamentos da economia. De trabalho escravo à robotização fria, o modelo parece migrar para a depreciação do ser humano, que a cada dia vale menos.
Abalam-se também os fundamentos da moral, sendo que o principal abalo é justamente a negação da moral. Nunca a família se viu tão ridicularizada. Filhos sem pais, pais sem autoridade, autoridades sem respeito… que outra palavra poderia melhor resumir esse quadro senão caos? Talvez a postura mais representativa dessa desorganização sejam as palavras de Coringa, vilão de história em quadrinhos, quando diz: “Eu não faço planos, sou apenas um agente do caos”.
O que o justo vai fazer? Pergunta-se o salmista. Eu tenho uma sugestão: corra para Jesus, pois segundo Paulo, “ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.11).

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