Pr. João Soares da Fonseca

Sem Paz, a Vida Desaparece

Não conheço a cidade de Bebenhausen, na Alemanha. Mas quem conhece diz ser um lugar lindo e sossegado. O que há de mais atraente aí é um monastério, construído por volta de 1180. Ao tempo da Reforma Protestante (1516), o monastério se tornou um seminário luterano. Depois funcionou como palácio do rei e, por fim, como sede da assembleia legislativa.

Contam que na sala principal do monastério está exposto um par de chifres entrelaçados. A escultura, bem ao natural, conta silenciosamente a história de duas gazelas. Se fôssemos contar a história às crianças, começaríamos assim:

Era uma vez duas gazelas. Daquelas que têm chifres que parecem galhos secos. Viviam em eterna implicância uma com a outra. E um dia deram de brigar por uma coisinha boba. Mas a briga foi crescendo, crescendo, e elas se atracaram. Sabe como terminou a briga? As duas se cansaram e pararam de brigar. Mas o mal já estava feito: os chifres se entrelaçaram a ponto de não poderem mais se livrar uma da outra.

À hora da comida, por exemplo, não havia acordo. Uma não deixava a outra comer. Uma puxava pra cá, a outra puxava pra lá. Quando qualquer delas estava com sede, não era possível beber água. Porque uma puxava pra cá, a outra puxava pra lá. Não havendo acordo, não houve mais possibilidade de comer ou beber. O resultado: ambas morreram.

Um educador, que leu esta história, comentou: “Gostaria de exibir esses chifres em todos os lares e escolas para que a sua mensagem silenciosa pudesse penetrar profundamente nos corações daqueles que gostam de dar chifradas uns nos outros, sob a menor provocação”.

Que tal exibir essa escultura também nas igrejas? Quando os crentes esquecem a sua missão, começam a dar cabeçadas uns nos outros. O resultado é trágico. Em Bebenhausen, como em qualquer outro lugar.

Esta é a última pastoral que entrego à igreja. Minha oração é que o Senhor abençoe o seu povo “com paz” (Salmo 29.11). Adeus!

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