Pr. João Soares da Fonseca

Em um Natal, o irmão Tomás teve sua vez de falar. Ele se levantou e disse com toda a solenidade possível: “Eu amo o delicioso purê de batatas que temos todos os anos, juntamente com o assado de Natal!”. E em seguida, se sentou. O silêncio voltou a dominar o ambiente pelos próximos 365 dias.

No Natal seguinte, chegou a vez de o irmão Miguel dizer alguma coisa. Miguel se levantou e disse: “Pelo contrário, acho o purê de batatas daqui muito empedrado; detesto-o!”. De novo, o silêncio se prolongou por 365 dias.

No outro Natal, o irmão Paulo se levantou e disse: “Estou cansado desse bate-boca de vocês!”.

O propósito da piada é mostrar que somos seres realmente estranhos e tendentes ao conflito. Onde estiver o ser humano pecador haverá desavença. É no casamento, é na família, é no trabalho, é no jardim de infância, é na universidade, é na igreja, é no trânsito, é na política, é no comércio, é na vizinhança, é no futebol, é nas relações internacionais, é na ficção, é na realidade, é na cidade, é no campo… Essa atitude belicosa, beligerante, briguenta, é parte do pacote do pecado em nossa existência. Ao dar as costas para Deus, nós nos tornamos seus inimigos. A partir daí, abrimos caminho para a inimizade com o próximo. Tornamo-nos exigentes, impacientes, intolerantes, sem disposição de perdoar.

O caminhar com Cristo, porém, nos descortina a possibilidade de vivermos em paz com todos. Jesus fez o milagre de ter Mateus (um defensor do regime romano) e Simão Zelote (inimigo dos romanos) não apenas se tolerando, mas trabalhando juntos na mesma Causa. Só em Jesus é que se resolve a crise de desencontro que destrói as relações humanas.

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