Pr. João Soares da Fonseca

Quando Jesus Apareceu na Globo

O rompimento da barragem 1 da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) é dessas tragédias que a gente se recusa a acreditar que aconteceu. Até o dia 6 último, a Defesa Civil de Minas Gerais registrava o número de 150 corpos encontrados, 182 pessoas desaparecidas, além de dezenas de moradores desalojados, alterando a vida de tanta gente.

Por dias e dias a fio, a mídia não falou de outra coisa, e com razão. Quanto maior a repercussão, mais crescem as chances de uma tragédia dessas não se repetir. Dezenas de vídeos foram produzidos, mostrando o momento exato do rompimento, uns, cenas de salvamento, outros, o cenário de terra literalmente arrasada, entrevistas, opiniões, enfim, tudo o que é próprio da mídia.

Uma reportagem, porém, chamou a atenção para um aspecto: falava do apoio dos batistas mineiros, que improvisaram uma lavanderia. A repórter mostrava em detalhes as várias fases da operação, desde a chegada dos bombeiros com seus uniformes enlameados até o momento em que, já limpa, a roupa fica à disposição deles, e com um brinde: um chocolate, que ninguém é de ferro.

A reportagem mostrou os crentes sob uma perspectiva inequivocamente positiva, coisa que sabemos rara na mídia brasileira.

Ao ver a referida reportagem, lembrei-me de Steve Sjörgren. Pastor e escritor em Cincinatti (EUA), Sjörgren desenvolveu a teoria a que chamou “Conspiração da Bondade”, segundo a qual atos de bondade falam mais alto que meras palavras. “Mostrando o amor de Deus de maneira prática” é o resumo que o próprio Sjörgren faz de sua teoria. É um modo simpático de inserir Jesus na agenda das pessoas.

João diz: “Ninguém jamais viu a Deus” (1João 4.12a). Então não podemos saber como Deus é? Ah, sim, podemos. João ensina que a prática do amor é que dá plena visibilidade ao Deus que é amor. Quem vê o amor vivido na prática não tem mais dúvida de como Deus é. Foi assim que Jesus apareceu na Globo!

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