Pr. João Soares da Fonseca

Viktor Frankl (1905-1997), psiquiatra judeu vienense, preso pelas tropas de Hitler, amargou três anos e meio em campos de concentração. Ele é sempre citado como exemplo de alguém que sobreviveu a tanta tragédia por causa da esperança de sair vivo daquele inferno. Mais tarde, escreveu: “No campo de concentração, vimos alguns de nossos companheiros se comportarem como porcos, enquanto outros se comportavam como santos. O homem tem as duas potencialidades dentro de si: depende das decisões que ele toma, e não das condições”.

Nessa mesma linha, trago uma observação feita pelo grande missionário Stanley Jones. Num de seus livros, faz referência a alguns irmãos que têm uma vocação extraordinária para serem “inspetores de esgotos”, já que estão sempre olhando para baixo. São irmãos que fixam o olhar nas coisas ruins da vida. São capazes de receber as bênçãos de Deus, mas ao mesmo tempo são incapazes de reconhecê-las, e muito menos de celebrá-las.

Deus tem algo melhor para os nossos olhos. Ao ler a constatação do missionário Jones, meu pensamento voa para o oposto: penso nos que preferem admirar as estrelas. No mundo à nossa volta, portanto, deparamos as duas realidades: esgotos e estrelas. Cada um escolhe em que vai fixar os olhos. Cada um é livre para isso. Mas evidentemente sabendo que vai colher os resultados dessa escolha.

A exortação de Paulo aos colossenses merece reflexão: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Colossenses 3.1,2).

Precisamos aprender a fazer o que o autor de Hebreus recomenda: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Hebreus 12.2). Parece fácil, mas é desafio. Fácil é colocar os olhos em outros objetos ou pessoas, e não em Jesus.

Em vez de esgotos, contemplemos as estrelas, que se esparramam infinitas sobre as nossas cabeças.

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