Pr. João Soares da Fonseca
Quando o Mal Não é Tão Evidente
As pessoas achavam que ele estava louco, simplesmente por obrigar todos os funcionários do hospital em que trabalhava a lavar as mãos. O alto índice de óbitos o intrigava.
Chamava-se Inácio Filipe Semmelweis (1818-1865). Húngaro de nascimento, Semmelweis se formou em medicina em Budapeste, onde nasceu. Já médico, mudou-se para a Áustria, no século 19, trabalhando como obstetra no Hospital Geral de Viena.
Nessa época, as cirurgias, como hoje as temos, não eram comuns. As pessoas só se deixavam operar como um último recurso. Os próprios médicos desconheciam a existência dos gérmens. E a falta de uma política de higiene fazia aumentar o número de mortes. “Sem se lavar previamente, os médicos punham a roupa que usavam para as operações, geralmente um jaleco velho já manchado de sangue e de pus de numerosas operações anteriores. Pegavam o bisturi, que fora ‛limpado’ com um trapo depois da última operação e se punham a operar. A metade dos pacientes morria. Vários pioneiros descobriram as técnicas corretas de esterilização. Mas cada um deles foi criticado e humilhado por seus colegas” (The Student’s Bible).
Durante toda a sua vida, Semmelweis tentou convencer os colegas médicos das vantagens da esterilização, mas sem sucesso, tornando-se, antes, alvo de críticas e zombaria.
Então entra em cena um cientista francês, Louis Pasteur (1822-1895), e suas descobertas deixam claro que o Dr. Semmelweis tinha razão, mesmo sem explicar por quê. O microscópio de Pasteur revela ao mundo a existência dos micro-organismos, os gérmens. Por causa deles, mais pessoas morriam nos hospitais, em vez de serem curadas.
Nem sempre o mal é óbvio. Daí Moisés instruir os hebreus a comerem animais “limpos”: “Fareis, portanto, a devida separação entre o que é impuro e o que é puro…” (Levítico 11:47, King James). Precisamos identificar os gérmens que fazem mal à saúde das nossas almas! Identificar para evitar!