Pr. João Soares da Fonseca

Um Time de 200 Milhões

Em 2019, quando o português Jorge Jesus comandava o Flamengo, e o Flamengo ganhou tudo naquele ano, Renato Gaúcho era técnico do Grêmio. Desvalorizando as conquistas do português, o gaúcho teria dito: “Se um dia o presidente do Grêmio falar assim: ‛Olha, Renato, você tem R$ 200 milhões para contratar’, aí pode me cobrar futebol bonito”.

O campeonato acabou, o técnico português foi embora, a Terra continuou girando, a vida deu voltas, e acabou que Renato Gaúcho veio a ser contratado como técnico do Flamengo. Era a chance do gaúcho mostrar que sua frase dita meses antes tinha consistência. Mas todo mundo viu que o time não parecia o mesmo de 2019, e a prova é que não levantou taça nenhuma. Ao perder a final da Libertadores para o Palmeiras, o Flamengo demitiu Renato, no dia 29 de novembro. Foram quatro meses de tentativa, mas nenhum título.

Um internauta revoltado, mas equilibrado, escreveu: “Alguém avisa o Renato Gaúcho que 200 milhões não ganha jogo sem gol” (uol.com.br).

À parte o aspecto surpresa, que o futebol reserva aos seus praticantes, é possível recolher de tudo isso algumas lições:

A primeira delas é que precisamos ter cuidado com as palavras. Nestes tempos de redes sociais, em que tudo se espalha com rapidez e fica registrado, é preciso mais cuidado ainda. Mais do que nunca, é preciso ponderar, sopesar, pensar nas possíveis consequências de nossos comentários.

Uma segunda lição é que não devemos desprezar as vitórias dos outros. Li certa vez que se alguém chegou ao topo de uma montanha, não pense que a pessoa chegou ali por acaso. Não “caiu de paraquedas”, como hoje se diz. Houve renúncia, esforços, estudos, investimentos… Uma boa norma é: se não puder elogiar, fique calado.

A última lição é que a inveja mata. Jorge Jesus soube motivar o time e escalá-lo de modo a vencer. Renato achava que o dinheiro era tudo no Flamengo. Não era. Não é. Nem no Flamengo, nem em lugar nenhum!

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