Pr. João Soares da Fonseca

No ano de 2005, ainda residindo no Canadá, recebi inúmeros e-mails, vindos da Nigéria. Com poucas variantes, todos eles contavam a mesma história: um milionário nigeriano morrera de repente, não deixara herdeiros, e a viúva, devido a um obstáculo jurídico, não podia tomar posse da riqueza do defunto. E que eu – isso mesmo, eu, entre 6,5 bilhões de pessoas no mundo – havia sido escolhido para herdar a fortuna do falecido. Bastava então que eu entrasse em contato imediatamente com eles. Mediante o pagamento de uma pequena taxa administrativa, a vultosa herança estaria em minhas mãos em poucos dias.

Não lhe parece um autêntico conto do vigário? Já nas primeiras linhas dava para ver que se tratava de uma arapuca. Admirei a criatividade da pilantragem, mas apaguei o e-mail sem remorso algum. E pensei: mas quem vai cair numa lorota dessas? A resposta veio pelo jornal de maior circulação da cidade. Trazia, no sábado, 20-08-2005, a seguinte manchete: “Agente da Receita Federal cai na armadilha da herança nigeriana” (The Ottawa Citizen, Ottawa, 20-08-2005).

Dizia que em Vancouver, um agente da Receita Federal caiu como um patinho, o qual, entrevistado, afirmou que os documentos pareciam verdadeiros, e a enorme soma do dinheiro era mesmo uma tentação. Provavelmente o tenha feito, ou por desconhecimento ou por desprezo dessa pérola da sabedoria popular que ensina que “quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Não somente o agente da receita caiu nessa, mas dezenas de outras pessoas.

Qual o problema dessa gente? Alguns dirão: ingenuidade. Mas a Palavra de Deus porá o dedo na ferida, e dirá que é algo mais grave. Trata-se de um mal chamado avareza. O pecado em nós deseja dinheiro, fama e poder. É algo que Satanás instila em nossas mentes, com a desvantagem de que seus truques são mais inteligentes que os da Nigéria. Daí Paulo dizer: “…não ignoramos as suas maquinações” (2 Coríntios 2.11). Olho vivo!

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